Governo tenta ressuscitar Cartão SUS novamente
O governo federal pretende comprar 200 milhões de cartões magnéticos, ao custo estimado de R$ 24 milhões, na tentativa de ressuscitar o projeto do Cartão Nacional de Saúde, o Cartão SUS.
Promessa da presidente Dilma Rousseff (PT) na campanha, a ideia é que todos os municípios tenham implantado o sistema de informática que gerencia os cartões, e que cada brasileiro receba seu cartão até 2014, segundo o Ministério da Saúde.
O objetivo é registrar todas as consultas e internações dos usuários num banco de dados, para que os médicos tenham um histórico do paciente e o ministério gerencie melhor os recursos da saúde.
Ontem o governo publicou uma portaria onde reforma todo o projeto, tornando-o mais simples e barato do que o previsto pela gestão anterior, lançado em 2010.
Os novos cartões não terão chip ou tarja magnética como previsto, o que reduz seu preço para algo em torno de R$ 0,12 contra R$ 5 do anterior. O nome e número do paciente serão anotados no cartão nos postos de saúde.
Após 12 anos do início de implantação, o projeto já consumiu mais de R$ 450 milhões (valor não atualizado) e hoje é, basicamente, um banco de dados de 192 milhões de nomes, com pelo menos 25% deles repetidos ou errados. Contratos de confecção do cartão são investigados por suspeita de fraude.
Os milhões de cartões emitidos em etapas anteriores já saíam com o nome do paciente, e a maioria nem chegou a ser entregue devido a erros de cadastro.
No ano passado, o ministério chegou a tentar adquirir novos softwares para cadastrar e gerir os dados dos pacientes. A ideia foi descartada. Agora, será usado gratuitamente o sistema Siga, da cidade da São Paulo, que será distribuído para todas as cidades sem sistema próprio.
Os 13 milhões de paulistanos que têm o cartão da prefeitura receberão novos cartões, mas não deixarão de ser atendidos se não apresentarem o novo número.
As cidades que já têm sistemas próprios terão um prazo para se adaptar.
Os dados dos pacientes serão colocados em um sistema na internet. Segundo Odorico Monteiro, secretário de Gestão Estratégica e Participativa do ministério, o governo quer que o Programa Nacional de Banda Larga obrigue a inclusão de todas as unidades de saúde do país.
Será feito um pacto entre Estados e o governo federal para dotar as unidades de saúde de pequenos municípios de computadores.
"O projeto é importante para melhorar a gerenciamento dos dados e a qualidade do atendimento ao usuário", afirmou Odorico.
Fonte: Folha de S.Paulo
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